A Comissão Europeia (CE) abriu esta sexta-feira uma investigação anti-monopólio à Facebook para avaliar se a companhia americana violou as normas de concorrência da UE ao utilizar dados publicitários de anunciantes a fim de competir com eles em mercados como o de anúncios classificados.
A Comissão explicou em comunicado que a investigação formal vai também analisar se a Facebook vincula o seu serviço de anúncios classificados online “Facebook Marketplace” à sua rede social, o que estaria em incumprimento das regras de concorrência da UE.
“Cerca de 3.000 milhões de pessoas utilizam o Facebook mensalmente e quase 7 milhões de empresas anunciam no Facebook no total”, salientou a vice-presidente executiva da CE e a responsável pela concorrência, Margrethe Vestager.
Vestager acrescentou que a gigante tecnológica “recolhe grandes quantidades de dados das atividades dos utilizadores da sua rede social e mais além, permitindo-lhe dirigir-se a grupos específicos de clientes”.
“Vamos olhar em pormenor se estes dados dão à Facebook uma vantagem competitiva indevida, em particular no setor dos anúncios classificados online”, disse a comissária dinamarquesa.
Vestager recordou que nesse sector a Facebook compete com empresas das quais também recolhe dados: “Na economia digital atual, os dados não devem ser utilizados de forma a distorcer a concorrência”, salientou.
Por seu lado, um porta-voz do Facebook disse em comunicado que a companhia está “sempre a desenvolver novos e melhores serviços para satisfazer as exigências em mudança das pessoas que utilizam o Facebook”.
Assim, afirmou que os sítios de compras (Marketplace) e de encontros (Dating) “oferecem mais escolhas às pessoas”, acrescentando que “ambos os produtos operam num ambiente altamente competitivo com muitos grandes operadores”.
“Vamos continuar a cooperar plenamente com as investigações para demonstrar que carecem de fundamento”, concluiu.
A Comissão indicou que irá realizar a sua investigação como “prioritária” e recordou, em qualquer caso, que a abertura do processo “não prejudica o seu resultado”.
Por sua parte, o Reino Unido lançou também esta sexta-feira a sua própria investigação sobre a utilização de dados da Facebook, e a CE espera trabalhar “de perto” com as autoridades britânicas no decurso das investigações independentes.
Fonte:EFE